Clube dos Cinco! 15 curiosidades dos bastidores. Preparado?

Clube dos Cinco! 15 curiosidades dos bastidores. Preparado?

30 de março de 2020 0 Por Hugo Lamego

Clube dos Cinco (1985) é um dos clássicos da Sessão da Tarde. Estrelado por Molly Ringwald, Judd Nelson, Emilio Estevez, Anthony Michael Hall e Ally Sheedy. Reunimos algumas curiosidades que você pode não saber.

O filme Clube dos Cinco foi a estreia do diretor John Hughes em um território mais adulto quando reuniu um grupo bem diversificado: A princesinha (Molly Ringwald), o bad boy (Judd Nelson), o atleta (Emilio Estevez), o nerd (Anthony Michael Hall) e a esquisita (Ally Sheedy), simplesmente para passar um dia juntos e perceber que, apesar de seus rótulos, não eram tão diferentes assim.

Clube dos Cinco é especial por ter essa habilidade de se desconectar do tempo, resultado de um roteiro inteligente e um elenco talentoso, mas principalmente, por traduzir toda uma geração.

Talvez você já tenha assistindo ao filme algumas vezes, mas não seria legal descobrir novidades? A seguir estão alguns fatos importantes sobre Clube dos Cinco que você (provavelmente) não sabia.

Trailer do filme Clube dos Cinco.

01 – Versões Perdidas e curiosidades sobre o corte original do filme

John Hughes, diretor de O Clube dos Cinco (1985), originalmente planejou que o filme tivesse cerca de duas horas e meia de duração. Porém, grande parte desse material extra foi cortado durante a pós-produção e os negativos dessas cenas foram destruídos.

Em entrevista, Hughes revelou que mantinha em sua posse a única cópia completa da versão integral do longa, tornando o corte original de O Clube dos Cinco um dos grandes mistérios do cinema dos anos 80.

Durante o desenvolvimento do projeto, outros títulos chegaram a ser considerados antes da escolha definitiva de O Clube dos Cinco (The Breakfast Club), como “The Lunch Bunch” e “Library Revolution”.

02 – UM SILÊNCIO ABSURDO E MUDANÇAS

Emilio Estevez e Ally Sheedy  em Clube dos Cinco (1985) | 15 curiosidades
Emilio Estevez e Ally Sheedy em Clube dos Cinco

Antes de Clube dos Cinco (1985), Sheedy havia feito teste para viver Samantha Baker em Gatinhas e Gatões (1984), papel que acabou ficando com Molly Ringwald. Na época da audição, Ally Sheedy estava com dois olhos roxos por causa de um acidente no set, o que lhe dava uma aparência mais sombria, tímida e gótica. Essa imagem ficou marcada na memória de Hughes.

Quando Hughes começou a escolher o elenco de O Clube dos Cinco, ele imediatamente se lembrou da vibe única que Sheedy transmitia e decidiu convidá-la para interpretar Allison Reynolds. Uma curiosidade é que Allison só tem sua primeira fala após 33 minutos de filme.

Além disso, outras atrizes foram consideradas para o papel, entre elas Brooke Shields, que vinha do grande sucesso A Lagoa Azul (1980). Porém, Sheedy acabou conquistando definitivamente o papel e entregando uma das performances mais memoráveis de sua carreira.

Outra troca importante envolveu Emilio Estevez. Inicialmente escalado como Bender, ele acabou assumindo o papel de Andrew Clarke por falta de outro ator adequado para o personagem. Caso Estevez não estivesse disponível, Hughes considerava nomes como Michael J. Fox, Jim Carrey, Tom Cruise, Matthew Broderick e Rob Lowe.

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03 – por que Stanley Kubrick queria Anthony Michael Hall em Nascido para Matar

Stanley Kubrick, diretor de clássicos como O Iluminado e Laranja Mecânica, assistiu ao filme Clube dos Cinco (1985) quatro vezes e ficou profundamente impressionado com a atuação de Anthony Michael Hall. Para Kubrick, Hall tinha o talento e a presença de um jovem Spencer Tracy, comparação que destacava o potencial do ator entre os nomes da nova geração de Hollywood.

Encantado com sua performance no filme de John Hughes, Kubrick queria escalar Anthony Michael Hall para interpretar o protagonista Soldado Joker em Nascido para Matar (1987). No entanto, após meses de negociações, Hall acabou recusando a proposta, um dos grandes “e se?” da história do cinema. O papel acabou ficando com Matthew Modine, que se tornou a face icônica do filme de guerra.

04 – a universal quase acabou com o filme

O Clube dos Cinco (1985) quase não aconteceu da forma como conhecemos. Segundo o próprio diretor, conseguir a aprovação da Universal foi um grande desafio, já que os executivos acreditavam que o filme adolescente precisava seguir fórmulas da época, como cenas de festa, nudez ou personagens bebendo cerveja. Hughes, no entanto, insistiu em criar uma história mais profunda e focada na psicologia dos cinco jovens.

05 – escolhas originais, trocas de atores e decisões de John Hughes

Anthony Michael Hall, John Hughes e Judd Nelson nos bastidores de Clube dos Cinco (1985)
Anthony Michael Hall, John Hughes e Judd Nelson nos bastidores de Clube dos Cinco

Nicolas Cage chegou a ser a escolha inicial para interpretar John Bender, mas seu salário estava além do orçamento do filme. John Cusack também foi considerado para o papel, porém John Hughes acabou optando por Judd Nelson. Segundo o diretor, Cusack era “bom demais” para o perfil agressivo e intimidador de Bender.

A decisão acabou criando um contraste curioso: Hughes se dava muito bem com Cusack durante a pré-produção, enquanto seu relacionamento com Judd Nelson nos bastidores foi tão difícil que o diretor prometeu nunca mais trabalhar com ele.

06 – conflitos, sequências canceladas e curiosidades

Durante a produção, surgiram planos para transformar Clube dos Cinco em uma franquia, com continuações marcadas para acontecer a cada dez anos, mostrando o reencontro dos personagens. Porém, essas sequências nunca saíram do papel.

O principal motivo foi o relacionamento conturbado entre Hughes e Judd Nelson, intérprete de John Bender. A convivência no set foi tão turbulenta que Hughes declarou que nunca mais trabalharia com o ator e realmente nunca trabalhou.

Outro fator que contribuiu para o fim da ideia de uma continuação foi o afastamento entre Hughes e Molly Ringwald. A atriz, musa do diretor em diversos filmes, decidiu abandonar o gênero teen no final dos anos 80 para buscar papéis mais maduros. Esse distanciamento enfraqueceu de vez qualquer possibilidade de retomar a história icônica do grupo de detenção.

07 – mãe e irmã de Anthony Michael Hall, cameo e fofoca

Um detalhe curioso que muitos fãs só descobriram anos depois: as atrizes que interpretam a mãe e a irmã de Andrew Clarke (Anthony Michael Hall) são, na verdade, a mãe e a irmã reais do ator, Mercedes Hall e Mary Christian. Elas aparecem logo no início do filme, tornando essa participação um dos easter eggs mais interessantes do filme.

Outra curiosidade é que John Hughes faz uma participação especial interpretando o pai de Brian Johnson (Anthony Michael Hall). Ele aparece rapidamente no final do filme, quando vai buscar o filho após o sábado de detenção na biblioteca da escola.

Para finalizar, uma fofoca envolvendo o elenco é que Molly Ringwald (Claire Standish) e Anthony Michael Hall (Brian Johnson) chegaram a namorar por um tempo após as filmagens.

08 – Jodie Foster quase interpretou Claire em Clube dos Cinco

Claire interpretada por Molly Ringwald sentanda em uma cadeira e segurando uma caneta no filme Clube dos Cinco
Claire interpretada por Molly Ringwald

Jodie Foster, que já era famosa por filmes como Taxi Driver (1976) e Se Eu Fosse Minha Mãe (1976), foi um dos principais nomes cotados para interpretar Claire Standish. Porém, a escolha final acabou favorecendo Molly Ringwald, que havia se tornado a nova queridinha do cinema adolescente após o sucesso Gatinhas e Gatões (1984).

Curiosamente, Molly Ringwald inicialmente interpretaria Allison Reynolds, mas pediu para trocar de papel. A decisão agradou o diretor John Hughes, que viu em Ringwald a combinação ideal para Claire, a popular do grupo.

Em uma entrevista concedida ao AV Club em 2016, Judd Nelson revelou um detalhe curioso das filmagens: grande parte das cenas em close envolvendo Claire foram feitas com a dublê de Molly Ringwald.

Como Ringwald tinha apenas 16 anos durante as gravações, ela precisava cumprir sua carga escolar obrigatória e não podia trabalhar fora do horário regular, em função das rígidas leis trabalhistas para menores de idade.

09 – As músicas icônicas dos filmes adolescentes de John Hughes

Os filmes adolescentes de John Hughes ficaram marcados não apenas pelos personagens e histórias, mas também por trilhas sonoras icônicas que ajudaram a definir o cinema dos anos 80. Cada produção do diretor acabou associada a uma música que se tornou tão memorável quanto o próprio filme.

Em Curtindo a Vida Adoidado (1986), a faixa mais lembrada é “Oh Yeah”, do Yello, enquanto Gatinhas e Gatões (1984) ficou eternamente ligada à música “Sixteen Candles”, do The Stray Cats. Já em O Clube dos Cinco (1985), o clássico “Don’t You (Forget About Me)”, do Simple Minds, virou um verdadeiro hino da geração.

A lista segue com Mulher Nota 1000 (1985), marcada por “Weird Science”, da banda Oingo Boingo, e A Garota de Rosa-Shocking (1986), eternizada pela canção “Pretty in Pink”, do The Psychedelic Furs. Essas músicas ajudaram a consolidar John Hughes como um dos cineastas que melhor soube traduzir o espírito jovem da década de 80.

10 – A CENA CLÁSSICA SERIA APENAS COM MOLLY RINGWALD

Claire  e Alisson iniciando uma das danças mais famosas do cinema no filme Clube dos Cinco
Claire e Alisson iniciando uma das danças mais famosas do cinema

Originalmente, apenas Claire deveria dançar, mas Molly Ringwald se sentiu desconfortável dançando sozinha, então John Hughes fez com que todo o elenco dançasse. Ringwald disse que se arrepende disso porque, além de achar que sua dança era ruim, sua incapacidade de fazer a dança sozinha levou ao artifício da coreografia ao estilo MTV, o que, em sua opinião, prejudicou o filme.

11 – Clube dos Cinco: o maior clássico de John Hughes

John Hughes marcou os anos 80 com histórias sobre a juventude, muitas delas construídas ao lado de dois rostos que se tornariam símbolos dessa era: Molly Ringwald e Anthony Michael Hall. A parceria rendeu clássicos como Gatinhas e Gatões (1984) e Clube dos Cinco (1985), onde ambos consolidaram o chamado Brat Pack (atores famosos dos anos 80).

Mas foi em Clube dos Cinco que essa colaboração atingiu seu ponto máximo. Ao lado dos outros integrantes do elenco, eles ajudaram Hughes a criar seu retrato mais profundo sobre identidade, conflitos internos e conexões inesperadas dentro de uma detenção de sábado.

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12 – 100% NO PERSONAGEM

Judd Nelson (John Bender), mesmo no intervalo das gravações continuava infernizando Molly Ringwald (Claire). John Hughes quase o demitiu por isso, mas, ironicamente, Paul Gleason (o diretor da escola) o defendeu, dizendo que ele era um bom ator e que estava tentando entrar no personagem.

Além disso, Judd Nelson (John Bender) se infiltrou em uma escola secundária local nos arredores de Chicago, perto de onde o filme estava sendo gravado, e convenceu os adolescentes de que era um aluno legítimo. Depois de comprar cerveja para eles com sua “identidade falsa” (ele tinha 24 anos na época), Nelson disse para o deixarem no hotel onde os atores estavam hospedados.

Anos depois, refletindo sobre suas travessuras, Nelson disse: “Eles me perguntavam por que eu estava hospedado lá, e eu dizia que meu pai estava preso. Eu estava hospedado no Westin O’Hare enquanto meu pai estava encarcerado.

13 – trilha sonora

Clipe da música Don’t You (Forget About Me) estrelado pela banda Simple Minds

A música tema, “Don’t You (Forget About Me)”, foi escrita para o filme por Keith Forsey. Foi um sucesso número um para o Simple Minds. Billy Idol e Bryan Ferry recusaram ofertas para gravá-la primeiro. A música também foi recusada por Chrissie Hynde, do The Pretenders, que sugeriu que a oferecessem ao Simple Minds, banda liderada por seu marido na época.

O Simple Minds ficou tão desapontado com as perspectivas da música “Don’t You (Forget About Me)” para a trilha sonora que o vocalista gravou o refrão “La la la la” do interlúdio como um amontoado de palavras sem sentido para preencher a faixa após a sessão de gravação inicial.

Ele planejava substituí-lo por uma letra adequada no dia seguinte, mas o resto da banda adorou e o convenceu a manter o “la la la la”. Acabou se tornando uma parte icônica da música.

14 – PURO IMPROVISO

John Bender  interpretado por Judd Nelson no filme clube dos cinco
John Bender interpretado por Judd Nelson

No final do filme, o personagem de Judd Nelson deveria apenas caminhar em direção ao por do sol, inesperadamente a cena com o punho foi puro improviso e acabou se tornando um ícone da década de 80.

Outro improviso foi a cena em que todos os personagens se sentam em círculo no chão da biblioteca e contam histórias sobre os motivos de estarem de castigo não estava no roteiro. O roteirista e diretor John Hughes disse a todos para improvisarem.

15 – A MESMA LOCAÇÃO

Como uma série de outros filmes de Hughes, incluindo Mulher Nota 1000 (1985), Curtindo a Vida Adoidado (1986), Gatinhas e Gatões (1984), A Garota de Rosa-Shocking (1986) e Férias Frustradas (1983), o filme se passa em Shermer, Illinois, um subúrbio fictício de Chicago. A escola usada como locação (Maine North High School) foi a mesma utilizada em Curtindo a Vida Adoidado (1986).

Dicas de post:

Fonte: IMDB