O Massacre da Serra Elétrica (1974)! 15 curiosidades!

O Massacre da Serra Elétrica (1974)! 15 curiosidades!

26 de novembro de 2025 0 Por Hugo Lamego

Descubra os bastidores sangrentos, as histórias reais e os segredos por trás das câmeras de um dos filmes mais assustadores e influentes do terror.

Lançado em 1974, O Massacre da Serra Elétrica redefiniu o gênero de terror com seu clima sufocante, estética quase documental. Dirigido por Tobe Hooper, o filme se tornou um marco do horror independente e um símbolo da criatividade.

Por trás da motosserra, do calor sufocante e do caos no set, há uma coleção de histórias e curiosidades que mostram como esse clássico foi feito à base de improviso, coragem e um toque de insanidade.

De figurinos que não podiam ser lavados ao sangue real nas cenas, de truques de câmera engenhosos a títulos quase inacreditáveis, confira os bastidores mais curiosos e perturbadores de O Massacre da Serra Elétrica.

Trailer do filme O Massacre da Serra Elétrica (1974)

1 – Como Gunnar Hansen deu voz a Leatherface sem falar

No roteiro original de O Massacre da Serra Elétrica, muitas falas de Leatherface não faziam sentido. Para resolver isso, o diretor Tobe Hooper se sentava com o ator Gunnar Hansen e explicava o significado de cada linha, deixando que ele encontrasse uma forma de expressar tudo sem realmente falar.

Em uma das cenas mais icônicas, quando o Velho chega em casa e começa a gritar com Leatherface, Hansen lembra de uma tomada em que acabou se expressando demais. Hooper então comentou que havia “inteligência demais no personagem” e refilmou a cena. “Minha única chance de ter uma fala”, brinca Hansen sobre o momento.

2 – O sangue real e a história da camisa de Marilyn Burns

Marilyn Burns em O Massacre da Serra Elétrica (1974). Descubra as curiosidades dos bastidores.
Marilyn Burns no filme O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Marilyn Burns, que interpretou Sally, personagem perseguida por Leatherface, acabou se cortando seriamente nos galhos durante as filmagens. Por isso, grande parte do sangue em seu corpo e roupas é, na verdade, real.

Em uma de suas últimas entrevistas, Burns revelou uma curiosa história sobre o figurino: ela havia levado suas roupas usadas nas filmagens para lavar e, ao voltar à lavanderia, descobriu que a camisa roxa e algumas outras haviam sido roubadas da secadora. Felizmente, a loja onde ela havia comprado a peça ainda tinha uma, mas era de tamanho maior. Sem alternativas, Marilyn teve que comprar a camisa e usá-la pelo restante das filmagens.

3 – John Larroquette, Orson Welles e um pagamento inusitado

Tobe Hooper queria que a narração da abertura de O Massacre da Serra Elétrica lembrasse o estilo de Orson Welles. Para isso, pediu a John Larroquette que interpretasse seu melhor “Orson Welles” durante a gravação.

Curiosamente, Larroquette revelou que seu pagamento pela narração foi apenas um cigarro de maconha. Em uma entrevista de 2008, afirmou que jamais chegou a assistir ao filme.

4 – A inspiração macabra de Leatherface em Ed Gein

Ed Gein ficou conhecido como 'o açougueiro de Plainfield'. Descubra as curiosidades dos bastidores.
Ed Gein ficou conhecido como ‘o açougueiro de Plainfield’

Leatherface foi vagamente inspirado em Ed Gein, que, apesar da fama, não era um verdadeiro serial killer, ele matou apenas duas mulheres. No entanto, Gein tinha hábitos macabros: roubava túmulos e coletava partes de corpos femininos de várias sepulturas.

Algumas dessas partes eram armazenadas na geladeira, enquanto outras eram esfoladas para criar roupas e objetos de uso pessoal, incluindo vestidos feitos de pele humana.

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5 – Como uma loja lotada inspirou Tobe Hooper a criar o terror

A ideia para o filme surgiu de um momento inusitado. O diretor Tobe Hooper contou que estava em uma loja lotada, fazendo compras de Natal, quando começou a pensar em como poderia escapar daquela multidão. Foi então que, ao olhar para a seção de ferramentas, avistou as motosserras e a inspiração para o filme nasceu naquele instante.

6 – As máscaras de Leatherface e o terror por trás delas

Descubra as curiosidades dos bastidores.
As máscaras usadas por Leatherface no filme O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Leatherface usava três máscaras diferentes: a “Máscara da Morte”, a “Máscara da Velha Senhora” e a “Máscara da Mulher Bonita”. Cada máscara refletia uma personalidade distinta, e o que ele queria ser naquele dia determinava qual delas seria usada.

Gunnar Hansen, que interpretou o personagem, explicou posteriormente: “A ideia da máscara é que não há personalidade por baixo dela”. Quando conversamos sobre a criação de Leatherface, decidiram que ele precisava usar máscaras para se expressar, porque ele mesmo não consegue. É exatamente isso que o torna tão assustador.

7 – Por que Gunnar Hansen quase recusou viver Leatherface

Gunnar Hansen, reponsável pela criação do Leatherface. Descubra as curiosidades dos bastidores.
Gunnar Hansen, reponsável pela criação do Leatherface

Gunnar Hansen inicialmente recusou o papel de Leatherface por achar a trama de O Massacre da Serra Elétrica brutal demais. Ele só aceitou após ser persuadido por sua amiga Marilyn Burns, que também fazia parte do elenco.

Um detalhe curioso é que a maioria dos atores nunca chegou a conhecer Hansen e muitos o viram caracterizado como Leatherface apenas durante as filmagens, geralmente na própria cena em que contracenavam com ele pela primeira vez (e, em vários casos, também a última).

8 – O calor, o mau cheiro e o figurino de Leatherface

Gunnar Hansen and William Vail in O Massacre da Serra Elétrica (1974). Descubra as curiosidades dos bastidores.
Gunnar Hansen and William Vail in O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Por causa do baixo orçamento de O Massacre da Serra Elétrica, Gunnar Hansen teve apenas uma camisa para usar como Leatherface durante todo o filme. Como a peça estava tingida, não podia ser lavada e ele precisou usá-la por quatro semanas seguidas sob o calor escaldante do verão texano.

No fim das filmagens, o cheiro era tão forte que ninguém queria ficar perto de Hansen, muito menos sentar ao lado dele durante as pausas para o almoço.

9 – Como Gunnar Hansen criou a mente por trás de Leatherface

Tobe Hooper deu a Gunnar Hansen liberdade para desenvolver o personagem Leatherface como achasse melhor. Hansen decidiu que Leatherface seria uma pessoa com deficiência mental que nunca aprendeu a falar corretamente.

Para construir o papel de forma autêntica, ele visitou uma escola para pessoas com deficiência, observando seus movimentos e maneiras de se expressar. O ator se esforçou ao máximo para que sua interpretação não soasse ofensiva e o resultado foi amplamente elogiado.

Muitos fãs, incluindo pessoas com deficiência, consideram que Hansen conseguiu dar profundidade e respeito ao personagem.

10 – A foto roubada que virou cartaz histórico do filme

Marilyn Burns, John Dugan, Gunnar Hansen, Edwin Neal, and Jim Siedow in O Massacre da Serra Elétrica (1974). Descubra as curiosidades dos bastidores.
Marilyn Burns, John Dugan, Gunnar Hansen, Edwin Neal, and Jim Siedow in O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Durante as filmagens de O Massacre da Serra Elétrica, uma foto de bastidores mostrando toda a família “Sawyer” posando em frente à casa como uma brincadeira acabou se tornando parte da história do cinema.

A imagem foi roubada do set por um repórter alemão. Curiosamente, a foto acabou sendo usada como cartaz oficial do primeiro lançamento do filme no país e se tornou tão icônica que voltou a ser usada no relançamento em Blu-ray 4K Ultra HD em 2022.

11 – Os tombos e acidentes de Gunnar Hansen no set

Durante as filmagens de O Massacre da Serra Elétrica, Gunnar Hansen sofreu alguns acidentes curiosos. A máscara de Leatherface limitava tanto sua visão periférica que ele acabou batendo a cabeça em portas e objetos várias vezes no set.

Para piorar, os saltos de 7,5 cm usados no figurino deixavam seu corpo de 1,93 m ainda mais alto, o que tornava difícil passar pelos cenários sem se esbarrar em tudo.

12 – O calor insuportável e o caos nos bastidores da cena do jantar

Marilyn Burns, John Dugan, and Edwin Neal em O Massacre da Serra Elétrica (1974). Descubra as curiosidades dos bastidores.
Marilyn Burns, John Dugan, and Edwin Neal em O Massacre da Serra Elétrica (1974)

A icônica cena do jantar foi um verdadeiro pesadelo nos bastidores. As gravações aconteciam em plena luz do dia, dentro de uma casa sem ar-condicionado. Para manter a iluminação controlada, a equipe precisou instalar cortinas blackout, o que deixou o ambiente ainda mais quente.

A temperatura chegava a ultrapassar os 49 °C, e, como todos os ossos e carcaças de animais usados no set eram reais, o calor intenso fez o cheiro se tornar insuportável. Muitos atores relataram que precisavam sair para vomitar e, em seguida, voltavam para terminar a cena.

13 – os truques visuais de Tobe Hooper para aumentar o terror

Uma das técnicas que Tobe Hooper usou para deixar o filme ainda mais intenso foi cortar alguns poucos quadros antes das cenas violentas. Essa pequena diferença faz o espectador ser pego de surpresa, já que o olho humano se acostuma a um certo ritmo de imagem.

O diretor de fotografia Daniel Pearl também revelou outro truque visual de Hooper: posicionar algo no lado esquerdo do quadro e, em seguida, cortar rapidamente para Leatherface no lado direito, um efeito que causa desorientação e aumenta a sensação de pavor.

14 – a cena final que nasceu da fúria real de Gunnar Hansen

Gunnar Hansen e a fúria final. Descubra as curiosidades dos bastidores.
Gunnar Hansen e a fúria final

A icônica cena final de O Massacre da Serra Elétrica, em que Leatherface gira sua motosserra sob o sol, não estava no roteiro. Gunnar Hansen, na verdade, estava extravasando toda a raiva e frustração acumuladas durante a produção exaustiva do filme.

Tobe Hooper, impressionado com a força da interpretação, decidiu manter as câmeras rodando e o resultado se tornou uma das imagens mais marcantes da história do terror.

15 – Os títulos bizarros que quase foram usados no filme

Antes de se chamar O Massacre da Serra Elétrica, o filme tinha outro título: Leatherface. Gunnar Hansen, que interpretou o icônico assassino, chegou a pensar que sua chance de estrelato estava arruinada quando soube da mudança.

O diretor de fotografia, Daniel Pearl, também demonstrou preocupação quando Tobe Hooper anunciou o novo nome. No entanto, Hooper garantiu que O Massacre da Serra Elétrica ainda era melhor do que a outra opção que haviam considerado: Headcheese.

Dicas de post:

Fonte: IMDB