9 1/2 Semanas de Amor! Um jogo de sedução e exageros

9 1/2 Semanas de Amor! Um jogo de sedução e exageros

8 de julho de 2025 0 Por Hugo Lamego

Um jogo fascinante de desejo e dominação. Estrelado por Mickey Rourke e Kim Basinger, 9 1/2 Semanas de Amor (1986) se tornou um ícone, explorando os limites do prazer e da dominação em um romance intenso e enigmático.

Um drama erótico dirigido por Adrian Lyne e estrelado por Mickey Rourke e Kim Basinger. O filme 9 1/2 Semanas de Amor é baseado no livro autobiográfico de Elizabeth McNeill.

A trama acompanha Elizabeth (Kim Basinger), uma curadora de arte que se envolve em um relacionamento intenso e misterioso com John (Mickey Rourke), um charmoso investidor de Wall Street. O relacionamento dos dois se baseia em jogos de sedução e dominação, levando Elizabeth a explorar seus próprios limites emocionais e físicos. Porém, à medida que a relação avança, ela começa a perceber o peso psicológico da experiência.

O filme se tornou um ícone da cultura pop dos anos 80, muito por conta de sua estética sofisticada, trilha sonora marcante (com músicas como You Can Leave Your Hat On, de Joe Cocker) e, claro, das cenas sensuais, como a famosa sequência em que John alimenta Elizabeth de olhos vendados. Apesar de não ter sido um grande sucesso de bilheteria na época, o filme ganhou status de cult ao longo dos anos.

A OBSESSÃO SEXUAL DE HOLLYWOOD POR KIM BASINGER

A adorável Kim Basinger como a personagem Elizabeth no clássico cult dos anos 80 9 1/2 Semanas de Amor
A adorável Kim Basinger como a personagem Elizabeth

Naquela altura, Kim Basinger era conhecida como a Bond Girl de 007 – Nunca Mais Outra Vez ou a garota Playboy de fevereiro de 1983. O produtor de Louco de Amor (um filme de 1985 em que Basinger é uma das protagonistas) a definia como “um cruzamento entre Marilyn Monroe, Brigitte Bardot e Judy Holliday com o talento de Julie Christie”. O diretor de Louco de Amor, Robert Altman, o corrigiu: “Não é a próxima Marilyn Monroe. É a próxima Meryl Streep”.

Essa obsessão sexual de Hollywood por Kim Basinger fez com que o diretor Adrian Lyne a escolhesse (“por causa de sua vulnerabilidade especial”) como a primeira opção para Nove e Meia Semanas de Amor, baseada na autobiografia de Ingeborg Day.

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A FASE SEDUTORA DE MICKEY ROURKE

Mickey Rourke como o misterioso John, ao lado de Kim Basinger no clássico cult dos anos 80 9 1/2 Semanas de Amor
Mickey Rourke como o misterioso John, ao lado de Kim Basinger

Quando Nove e Meia Semanas de Amor foi lançado em 1986, Mickey Rourke estava no auge de sua carreira, consolidando-se como um dos atores mais promissores e charmosos de Hollywood. Ele já havia chamado atenção da crítica e do público com atuações intensas em filmes como Corpos Ardentes (1981) e O Selvagem da Motocicleta (1983), mas foi em O Ano do Dragão (1985) que ele realmente começou a ser visto como um astro.

O papel de John Gray em 9 1/2 Semanas de Amor reforçou sua imagem de homem sedutor, enigmático e perigoso, tornando-o um símbolo sexual dos anos 80. No entanto, apesar do status cult que o filme adquiriu ao longo dos anos, ele não foi um grande sucesso imediato e dividiu a crítica, o que não ajudou tanto a impulsionar sua carreira quanto se esperava.

Ainda assim, Rourke continuou estrelando filmes importantes depois disso, como Coração Satânico (1987) e Homeboy (1988), mantendo sua reputação como um ator talentoso e intenso.

GRAVAÇÕES TRAUMATIZANTES

A famosa sequência em que John alimenta Elizabeth de olhos vendados no clássico cult dos anos 80 9 1/2 Semanas de Amor
A famosa sequência em que John alimenta Elizabeth de olhos vendados

Durante as filmagens, Lyne seguiu, em suas próprias palavras, “quebrando” a atriz. As cenas seriam filmadas em ordem cronológica, para que Rourke e Basinger experimentassem a degeneração sexual de suas personagens em tempo real e eles foram proibidos de falar um com o outro longe das câmeras. “Ela precisava ter medo dele”, explicou o diretor, “se saíssem para tomar um café juntos, perderíamos essa tensão.

No teste de Basinger, surgiu tamanha hostilidade e tamanha energia sexual entre eles que eu não queria que desenvolvessem uma relação sem que eu estivesse presente. Ela deveria viver à beira do terror. Eu queria que essas dez semanas de filmagem fossem como as nove semanas e meia da relação”.

RESUMINDO

9 1/2 Semanas de Amor levou 18 meses em montagem, em meio a rumores de que nenhum estúdio distribuiria um filme tão sexualmente perturbador. Dos 1.000 espectadores que assistiram às exibições de teste, 960 deixaram a sala antes do fim.

A cena dos soníferos foi eliminada, de acordo com Adrian Lyne, porque o público “odiava Mickey por fazer isso, Kim por deixarem fazer isso com ela, a mim por filmá-la e o filme inteiro”. Também ficaram de fora um ménage à trois com uma prostituta, um estupro simulado e uma cena de sexo na qual Basinger estava disfarçada de um homem com bigode.

No final, o filme estreou como um drama romântico com mais erotismo de videoclipe do que pornografia. Sua cena mais sensual foi o strip-tease de Basinger, a contraluz e ao ritmo de You can leave your hat on, de Joe Cocker Você, que acabava com Rourke dando-lhe de comer tudo o que restava na geladeira.

A crítica o definiu como “monótono e adolescente” e como “condenado ao fracasso”. O público o ignorou nos Estados Unidos, mas na Europa o filme causou sensação (com uma montagem que incluía todas as cenas eróticas) e os videoclubes o converteram em clássico. Em Paris, 9 1/2 Semanas de Amor ficou cinco anos em cartaz.

Dicas de post:

Fonte: El País, IMDB